“Planto flores no caminho para que não me faltem as

borboletas. Foram elas que me ensinaram que o casulo

não é o fim. É o começo."

Day Anne



30 de jan. de 2010

A Porta do Amor


Certo dia, a solidão bateu à porta de um grande sábio. Ele convidou-a para entrar. Pouco depois, ela saiu decepcionada. Havia descoberto que não podia capturar aquele ser bondoso, pois ele nunca estava sozinho: estava sempre acompanhado pelo amor de Deus.
De outra feita, a ilusão também bateu à porta daquele sábio. Ele, amorosamente, convidou-a a entrar em sua humilde morada. Logo depois, ela saiu correndo e gritando que estava cega. O coração do sábio era tão luminoso de amor que havia ofuscado a própria ilusão.
Em um outro dia, apareceu a tristeza. Antes mesmo que ela batesse à porta, o sábio assomou a cabeça pela janela e dirigiu-lhe um sorriso enternecedor. A tristeza recuou, disse que era engano e foi bater em alguma outra porta que não fosse tão luminosa.
A fama do sábio foi crescendo e a cada dia novos visitantes chegavam, objetivando conquistá-lo em nome da tentação.
Em um dia era o desespero, no outro a impaciência. Depois vieram a mentira, o ódio, a culpa e o engano. Pura perda de tempo: o sábio convidava todos a entrar e eles saíam decepcionados com o equilíbrio daquela alma bondosa.
Porém, um dia a morte bateu à sua porta. Ele convidou-a a entrar. Os seus discípulos esperavam que ela saísse correndo a qualquer momento, ofuscada pelo amor do mestre. Entretanto, tal não aconteceu. O tempo foi passando e nem ela nem o sábio apareciam.
Os discípulos, cheios de receio, penetraram a humilde casa e encontraram o cadáver de seu mestre estirado no chão. Começaram a chorar ao ver que o querido mestre havia partido com a morte.
Na mesma hora, adentraram na casa a ilusão, a solidão e todos os outros servos da ignorância que nunca haviam conseguido permanecer anteriormente naquele recinto. A tristeza dos discípulos havia aberto a porta e os mantinha lá dentro.
Enquanto isso, em outra dimensão, levado pela morte, o sábio instalava-se em sua nova residência. Agora, só batem em sua porta os espíritos luminosos. E, amorosamente, ele continua convidando todos os que batem a entrar. E ninguém quer sair de lá, pois agora o grande mestre "mora no coração de Deus".
Aivanhov e Yogananda – por Wagner D. Borges


Partilhado pelo Vitrine de Prata

5 comentários:

Unknown disse...

Talvez a morte tenha mais segredos para nos revelar que a vida .

Beijo.

Denise disse...

Ou da outra vida, não é amigo?

Mas o que me prendeu no texto, foi a essência da mensagem...de que cada emoção, sentimento e sensação, tem seu lugar. E saber disso - sabedoria - coloca cada um onde tem de estar.

Obrigada pela presença, e pela "provocação" à reflexão constante.

Beijo

Teresa Cristina disse...

Linda mensagem!!
Obg por compartilhar.
bjss♥

Denise disse...

Quando me deparei com ela em um blog amigo, senti vontade de publicar aqui...podemos ser "ponte" sempre...e a mensagem é muito profunda. Faz pensar.

Bom te ver por aqui!
Bjos

Adelia Ester Maame Zimeo disse...

Ah!...Bela imagem! Como admiro estas construções com fachadas de pedras com flores e plantas que as forram totalmente! Adoraria ter uma assim... Beijo.