“Planto flores no caminho para que não me faltem as

borboletas. Foram elas que me ensinaram que o casulo

não é o fim. É o começo."

Day Anne



18 de nov. de 2009

Atualizando a agenda



Na intimidade de meus sentimentos, desbravo lugares cujas portas já tinha fechado, num reconhecimento tardio de sua excelência. Algumas imagens insistem em apagar-se e não luto para retê-las, pois devem ser fantasmas puxando suas pesadas correntes, partindo para seu lugar derradeiro. Por conhecer a dor e saber o quanto machuca, não as expulso, respeito.
O ensaio tímido se transformou num intenso e veloz mergulho que não permite retorno antes de cumprida sua agenda. As reentrâncias do meu ser se acomodam para assistir o desbravamento da caminhante, acompanhando a evolução da trajetória reprimindo os ímpetos de aplausos efusivos.
Algumas amigas vozes externas têm se misturado ao interno clarão perceptivo de uma considerável magnitude, transformando em palavras audíveis a represa de sentimentos até então incautos. Permito que deslizem pelo rosto, sem reservas, molhando a face que ora ri, ora chora, num misto de absolvição e esvaziamento que leva à paz de espírito. Ou eleva o espírito, atingindo a paz. E então esse lugar que parece ficar vazio se preenche dessa sensação unica e poderosa, de um nada que é tudo.
A janela de cada cômodo interior deixa soprar uma brisa alentadora, refrescante e sutil. É o tempo que a alma precisa para completar a visita e se retirar, para outro aposento, cuja porta se abre, sem relutância. Robert Holden lembra que "A resistência não cura; a aceitação sim." Ele diz que cada vez que resistimos e nos defendemos de uma emoção, a dor se prolonga. A aceitação faz com que a dor esteja de passagem...

"E no meio do inverno eu descobri que dentro de mim havia um verão invencível."
Rubem Alves

Inspiração que ganhou complemento via amiga Tere e seu blog maravilhoso!

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