“Planto flores no caminho para que não me faltem as

borboletas. Foram elas que me ensinaram que o casulo

não é o fim. É o começo."

Day Anne



30 de dez. de 2008

Amor sobre rodas.


A cena curiosa me prendeu a atenção momentaneamente.

Uma bicicleta, dois passageiros. Ele com os pés nos pedais e a mão direita sobre os ombros dela, que conduzia o veículo pelos guidões. - Nada demais, você diria. O que ficou visível ali, naquele casal, foi o sincronismo da confiança. Ele prestando atenção no sinal abrindo ou fechando, ao mesmo tempo em que imprimia a velocidade correta do pedalar para vencer o percurso, ou reduzir, buscando o efeito parar. Ela seguia desviando os obstáculos, mas não se encontrava sozinha nessa tarefa que visivelmente era de ambos.

No mesmo instante em que observava a cena por dois ou três quarteirões, minha mente pulou, rápida, para a ponte que fiz analogamente para o que é viver o amor a dois. Não difere da cena da condução de uma bicicleta no trânsito num fim de dia, numa tarde que trazia a chuva refrescante, numa capital com movimento reduzido pela época em que migram seus habitantes para o ar praiano. A cidade está num momento atípico, o tempo mudou, mas o casal seguiu para onde tinha de ir. Talvez cobrisse o percurso com maior dificuldade e risco, mas, juntos, seriam a equipe que presenciei, num singular ritmo de caminhada, numa harmonia perfeita de movimentos para atingir a meta. O amor, sincronizado no peito e na alma, teria nos amantes o mesmo efeito catalisador. E talvez riscasse as ruas da vida na direção pretendida com a mesma sabedoria de um despretensioso casal de ciclistas...confiantes. Simples assim!


Denise


2 comentários:

Quando a vida dentro de mim se tornou possivel disse...

Um dia observei cena semelhante. Um pai com um filho pequeno sentado numa cadeirinha amarrada ao guidon da bicicleta(provavelmente adaptada por ele).Passeava com a tranquilidade e a certeza que estava oferecendo um magnífico e inesquecível momento de prazer.Que pena que nessa época eu não tinha um celular com câmera fotográfica! Estava diante do "amor sobre rodas"!!
Muito bom!!

Denise disse...

Reli sentindo voltar a cena, Re(jane), quase materializando o casal sobre as rodas, em uníssono - o amor está em todos os lugares, basta que não fechemos os olhos da alma, pra ver, como o pai e o filho onde vc enxergou o amor sobre rodas...
A cidade estava vazia, as ruas bucólicas permitiam esse desvio de minha atenção, permitia ao amor exibir-se, faceiro!
Bj